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Especialistas apontam caminhos para a educação financeira dos filhos

09/10/2019 - Fonte: Infonet

O relacionamento entre pais e filhos é um campo que provoca grandes debates entre especialistas. Entre as discussões, estão assuntos que vão desde aos princípios básicos de educação familiar à dependência financeira dos filhos aos pais. Descobrir o momento certo de cortar esse “cordão umbilical” que liga os entes financeiramente possui muitas variáveis e profissionais da área apontam caminhos que podem facilitar esse processo.

O psicólogo em terapia cognitiva comportamental, Saulo Almeida indica mecanismos como a “mesada” para a construção de uma educação financeira saudável. “Atendi muitas pessoas que possuíam dificuldades com suas finanças e isso tinha relação sobre como elas aprenderam a lidar com isso quando pequenas. Muitos sinalizam que a mesada é uma boa forma de educar os filhos quanto ao uso do dinheiro, já que temos um recurso que é um símbolo e que pode ser trocado. Aos poucos, isso vai se tornando mais concreto porque a criança vai identificando que aquele dinheiro não vai cair do céu”, explica o psicólogo.

Segundo o especialista, a quebra desse relacionamento responsável gera o crescimento de homens e mulheres que não conseguem estabelecer um limite de gastos e, consequentemente, se tornam compulsivos. “Pessoas são compulsivas por compras porque não entendem qual o seu limite. Elas entendem que os pais e as mães sempre terão recursos e que eles nunca vão ficar desempregados. Mesmo adolescentes, eles não terão essa noção porque sempre possuem dinheiro em mãos”, relata.

Para Saulo, a busca pela independência é essencial, mas a relação inicial de dependência entre pais e filhos é parte importante do processo de construção de um futuro adulto responsável financeiramente. “A educação financeira denota uma dependência que é importante nessa relação de independência. Se você não promove uma relação mais próxima, de acolhimento e de cuidado, poderá formar um adulto inseguro, com receio de várias questões ligadas ao financeiro e, pela insegurança, vai se manter com os familiares.”, detalha.

O consultor financeiro Gracindo Andrade ressalta que o padrão da atual geração impede que haja uma estimativa de idade para que seja estabelecida uma independência dos filhos. “Eu diria que é difícil pensar em uma estimativa com essa nova geração. Elas [as crianças] estão em uma realidade totalmente diferente da nossa, se usarmos como parâmetro a nossa geração. As crianças estão amadurecendo muito rápido e talvez aos 12 anos essas crianças já possam ser incentivadas a ter formas de investimentos, para, quem sabe daqui há um tempo já tenha uma independência.”, diz o especialista.

A partir da ideia de que nos seus primeiros de vida a criança não consegue identificar o valor do dinheiro, Gracindo identifica o uso do cofre como um mecanismo inicial importante para a formação financeira da criança. “Desde pequeno é possível incentivá-la a fazer cofres. As crianças não sabem o valor do dinheiro e querem sempre comprar, então você já pode começar a educá-lo no intuito de ‘vamos comprar, mas vamos guardar o dinheiro primeiro’. Eles vão participar desse movimento e se sentirão mais felizes sabendo que guardaram e compraram do que se tivessem ganhado.”, explica.

O consultor usa uma analogia para explicar que esse conceito será responsável por desconstruir o pensamento primário que a criança tem em torno do dinheiro. “Se não houver esse cuidado, elas vão crescer com a noção de que o dinheiro é fácil e de que o pai é um banco e que ele pode ir lá e pegar o dinheiro”, conclui.





     

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